Ela fala pouco.
Quando
fala, a terra adormece, o vento cessa, o fogo diminui e as águas se findam para
ouvi-la.
Não há
nada de tão especial nessa mulher, a não ser a maneira com que escuta.
Ela é
escutadeira.
Um desavisado
pensa ser especial diante desse silêncio.
E ela
colhe o feijão com os olhos. Das vezes, ela para...pensa, recolhe palavras para
que o destino não as leve.
Toma o
cobertor, trança os cabelos e caminha até a ventania dos seus sentimentos... e
fica por horas assim.
O tempo
não condiz com sua pele. A velhice não cria raízes na sua alma. Tenta, mas não consegue.
Ela sabe
quem é. Sabe ser.
Ter e
ser são um só verbo.
Sorri
gargalhadas histéricas.
Seus
olhos são sangue quando confrontada.
Mas no
fim, pego em sua mão macia e atravesso nossas ruas.
beijos recebendo "visitas" estranhas