Traição
Emocional – esse é o novo termo que está sendo usado pelos especialistas para
definir melhor a traição virtual.
Gostei do
termo. Vejo-o hoje como mais apropriado para definir esse dissimulado e moderno
entretenimento.
Dentro de
um relacionamento sério, a traição emocional (virtual) consiste em que um dos
parceiros (os dois ao mesmo tempo) utilizem a internet para satisfazer seus
desejos “íntimos” sem que o outro saiba do ocorrido. São sites de pornografias,
paqueras e relacionamentos virtuais nas redes sociais, encontros, procuras,
fotos e horas e horas na frente do computador.
Mas
tenhamos cuidado com o termo “virtual”, pois ele parece não existir como efeito
real.
É como se
não fosse “verdade”.
O
dicionário define o termo virtual como “existente apenas em potência ou como
faculdade, não como realidade ou com efeito real”.
Semanticamente, essa
definição traz essa carga de significação e induz a maioria das pessoas a
suportar, não ligar (ou fingir) e se habituar a conviver com as “puladas de
cerca” nas redes sociais.
E aí a
pessoa cai no jogo mais perigoso do relacionamento, o de achar que são apenas
“brincadeiras”, ou “desvios”, que podem ser amenizados e que isso não irá
abalar a relação. E no meio disso tudo, o Amor Sublime não tem como crescer.
O novo
termo – traição Emocional – surge para tentar entender melhor o que está
acontecendo nesse mundo não tão virtual assim, e que
nessa “brincadeira” um dos parceiros realmente pode sofrer um forte abalo sentimental,
uma confusão mental, um colapso emocional por não saber como agir diante desse
tipo de traição.
Não é fácil
viver um relacionamento hoje em dia quando somos bombardeados com um ritmo
enlouquecido do ambiente internético que nos engole a cada instante.
Não estou
aqui para eclodir uma manifestação contra as redes sociais; muito pelo
contrário, gosto de estar conectada e aprecio a cada dia mais a amplitude que a
internet proporciona ao novo milênio. Mas acredito sim que dúvidas urgem em
nossos corações quando deparamos com a traição Emocional.
“E agora,
como lido com isso?”
“Isso é
normal?”
“Será que
devo aceitar, já que é melhor ele(a) fazer isso em casa do que fora?”
Nas redes
sociais, todo um relacionamento está exposto, você está exposta, vocês dois
estão expostos. Por mais privacidade que você tenha selecionado no item
“configurações”, sua vida está exposta na rede.
Dentro de
um relacionamento sério, acredito verdadeiramente que a cada “solicitação de
amizade”, que a cada “adicionar” e “curtir” isso precisa ser pensado,
conversado e analisado com carinho e respeito pelo casal para que um não venha a machucar
bruscamente o outro.
Mas o que
realmente fazer quando nos encontramos nessa situação?
Por que
parece ser tão normal para maioria pessoas e não é para outras?
Será que
se deve mesmo achar que é normal, que dá para levar uma relação com essa
“pequena” sujeirinha no relacionamento!
Creio que não.
Sinto que
não podemos seguir a maioria. Devemos seguir nosso coração. Se algo nos faz
mal, é porque estamos no caminho errado.
Devemos
aprender a escutar a nossa alma, a sentir a fala do coração. Se o coração se
sente desconfortável com algo, é porque isso não nos faz bem. Não importa se o
mundo inteiro diz sim a algo que seu coração diz não.
Prefira,
acima de tudo, se ouvir.
O que
percebi quando conversei com psiquiatras, psicólogos, terapeutas e li sobre
este tema nas revistas, é que a traição Emocional não
é algo tão inofensivo assim.
Ela provoca
dor, desconforto, inadequação, aceitação imposta.
O índice
de separações e divórcios envolvendo a internet, mas
precisamente as redes sociais, já está surpreendendo (e fomentando) o meio
advocatício e preocupando seriamente psiquiatras
e terapeutas. O pior ainda é o silêncio triste e agudo de quem não suporta mais
(a maioria mulheres) a essa agressão emocional, mas que pensa que tudo isso é
normal e que dá pra levar a vida assim, nessa crise conjugal disfarçada de brincadeira
inofensiva.
Afinal, é
só uma traição virtual, nada de grave pode acontecer.
E aí, os
sonhos se vão, o aconchego sincero morre, a dúvida e a desconfiança crescem
feitas ervas daninha no solo da alma. A terra se torna seca, as águas corporais
se tornam mágoas, o vento cessa e o fogo se apaga...
Então,
chega o inevitável momento que teremos que limpar o enorme lixo que se originou
daquela “pequena e inócua sujeirinha”.
Não culpando
nada, nem ninguém, nem as redes sociais, nem o(a) parceiro(a) e nem a nós
mesmos.
Por mais que
as experiências ruins sejam dolorosas e cruéis, elas são sempre benéficas
porque elas nos mostram o que não queremos para nossa vida.
Não é
fácil fazer uma faxina no relacionamento. Geralmente demora, é cansativo, você
pensa em desistir, em largar a vassoura ou empurrar a sujeira para debaixo do
tapete e fingir que tudo já está limpo. Mas você sabe que a sujeira está lá. E
o que é pior, o fedor dela já é forte o suficiente para que outras pessoas
percebam. Diante dessa situação você compra um aromatizador de ambientes ou não
convida mais ninguém para ir a sua “casa”.
Traição
emocional só pode ser curada fazendo esse tipo de faxina. Não há como fugir.
Não ter
medo de ouvir o coração.
Não tenha
receio de ter uma conversa sincera, aberta, clara, sem subterfúgios, sem meias
palavras como o seu par, dizer o que está lhe machucando, o que está lhe
deixando desconfortável.
Só um
relacionamento verdadeiro que esteja com uma base forte, sólida e saudável pode
aguentar esse tipo de conversa.
Mas é
importante que você não tenha medo de expor seu desconforto diante disso tudo.
Porém, os
dois precisam querer isso junto. E precisam saber que dificilmente conseguirão
sem ajuda de um profissional ou algum meio que eles possam trabalhar juntos
essa situação.
Vale a
pena buscar alguma terapia (psicólogos, psiquiatras) ou até mesmo uma religião
que concentre no respeito e amor um para com o outro.
O que não
podemos fazer é subestimar que a traição virtual não possa sim desestruturar
uma união.
E que ela
deve sim ser tratada tão séria como a traição “real”.
Beijos em
verdade,