Poucas pessoas sabem a história da obra que ilustra a capa
do meu livro.
Então, aqui está mais uma das conexões e encantos do Brumas.
Com apenas um mês para a enviar o livro para a gráfica, eu
simplesmente havia detestado as capas que a editora havia me enviado para eu
escolher. Sabe o que é olhar e não se identificar com nada, e o que é pior, não
identificar a sua obra às imagens.
Era domingo, dia chuvoso, eu nervosa. Segunda seria o prazo para eu decidir entre as "possíveis" opções da capa. Não havia mais tempo. Respirei fundo e pedi aos anjos, a
Grande Mãe que me desse uma luz. Digitei a palavra “brumas” no Google. Minha cabeça
ardia em chamas, e algumas lágrimas evitei cair.
Imagens de névoa passeavam a minha frente, quando por um
momento eu deparei com uma obra. Petrifiquei... e cliquei na imagem. Um blog
surgiu falando algo sobre uma exposição de arte das obras de Luis Nogueira, de
Lisboa, Portugal.
O título do quadro era “Bruma no mar”. Enviei um e-mail
imediato, perguntando sobre a possibilidade de eu utilizar a obra para
ornamentar a capa do meu livro. Pensei, “esse português vai me chamar de louca”.
Mas para minha surpresa e alegria, ele, o artista plástico Luis
Nogueira, me respondeu quase que instantaneamente comentando que se sentia
lisonjeado com a proposta. Meu coração disparou. Dei um grito de felicidade.
Foram três dias de tensão e êxtase! Sem nos falarmos por
telefone, Luis Nogueira confiou totalmente em minhas palavras “digitais” quando
afirmei que não iria modificar em nada a sua obra. No início, ele desconfiou e
até relutou dizendo que havia se arrependido. Mas ele sabia que do modo como
aconteceu, não fora coincidência. Minha obra “Brumas da Ilha” havia encontrada no
outro lado do oceano sua irmã gêmea, “Bruma no mar”; e ainda mais sendo de
Portugal.
Quando eu lhe enviei a arte final por e-mail, Luis não se
conteve e rompeu em elogios mostrando-se um amigo ainda mais amoroso. Mais tarde, eu
lhe enviei apenas dois exemplares do livro. Digo apenas porque Luis merece
muito mais.
Grata, Luis Nogueira, meu eterno amigo, por esse presente
genuíno e fascinante. Sua obra faz parte do meu livro, sempre fará. Eternamente...
Galeria de Artes, Lisboa, Portugal (2011)
beijos em brumas