Encantando-se

      
 
Um filme para ver no Inverno do Hemisfério.


Não precisa muito para dizer que este é o meu filme preferido!

O premiadíssimo  Wile Rider (A Encantadora de Baleias) da diretora neo-zeladensa Nik Caro.

Pra quem já viu, eu recomendo rever com outros olhos.

Trazendo um roteiro poético, a diretora nos leva a um mundo da cultura da tribo Maori, que vive no leste da Nova Zelândia.

Uma menina, descendente de Paikea, o domador de baleias, encontra uma feroz resistente numa sociedade patriarcal que domina o mundo que vivemos.

Quando falo patriarcal, não me reviro aos homens em si, mas sim a um sistema cansativo e tenso, que acredito que a “área” masculina também não mais aguenta tamanho peso.

É gostoso ver uma pequena de 11 anos resolver, com o seu jeito suave e feminino, transgredir as regras do Avô. Não tem como assistir a este filme e não se ver nele, principalmente, nós mulheres.

É um filme que faz mais do que você pensar. Faz você despertar aquela menina que fomos um dia, que brigou na escola, que não aceitou as normas do jogo, que disse não quando foi preciso dizê-lo. E aí você se olha e começa a refletir: “estou domesticada demais... digo sim demais, me apago demais”.

Daí você se pergunta onde foi parar aquele fogo que lhe protegia?
Aquela língua apimentada que dizia o que queria?

Bendita as mulheres que permanecem com seu lado selvagem, instintivo, infantil.

Para nós, meninas mulheres anciãs selvagens, a Encantadora de Baleias.