Centro de Parto Normal - uma nova esperança


Hoje recebi uma pequena revista de um dos candidatos a prefeito no município onde moro.
Não, não  se preocupem, não vou fazer campanha, nem mesmo vou mencionar o nome do candidato. Mas deixo aqui meu contentamento ao ver o programa de governo que ele pretende implantar, principalmente quando vi a sigla CPN (Centro de Parto Normal).

“O diferencial desses locais será o ambiente que oferecera bem-estar e tranquilidade às gestantes. Ali, serão elas que escolherão a melhor maneira de dar à luz, sempre de forma natural, sem uso de medicamentos e com a presença dos acompanhantes de sua preferência.  As unidades terão como prioridade a humanização no atendimento. Em geral, os CPNs serão liderados por enfermeiras-obstetras que conduzirão o trabalho de parto”, diz a proposta.


Sim, não serão parteiras e doulas... mas já é um bom começo, não acham?

O importante é a criação de uma espaço que seja propício para o momento que todos nós seres humanos viemos ao mundo. 
Como disse a coordenadora de parteiras tradicionais do Brasil, Suely Carvalho, numa das íntegras e esclarecedoras palestras do evento "A Voz das Avós" (Brasília, 2011), "hospital é lugar para os doentes, os enfermos, não para o nascer de uma nova vida".

Espero que realmente este candidato vença... e que principalmente cumpra a sua proposta.



bjos de luz

Avermelhar-se


Ruber(latim), rubro(português), rosso(italiano), rouge(francês), rojo(espanhol), rot(alemão), red(inglês)


Quando estive num retiro sobre o Sagrado Feminino (maio deste ano), aonde iríamos nos vestir e celebrar  as 5 cores – branco, azul, vermelho, dourado e verde – me surpreendi com a falta da cor vermelha em meu guarda-roupa.
Procurei, desbravei, tentei, mas as únicas peças que eu achei foram “as íntimas” (acredito que toda mulher deva ter uma calcinha vermelha), e um lenço oriental (tipo japonês). Sem tempo para sair e pedir algo emprestado, pois a probabilidade de eu comprar algo em vermelho era inverossímil, tratei de inventar algo com o lenço (coloquei por cima de uma blusa).

No dia que celebramos a cor vermelha, para minha outra surpresa e descontentamento (afinal as outras roupas que eu levei eram lindas), fui elogiada por todas as pessoas presentes. “Nossa, você fica linda de vermelho”, “Onde comprou este lenço, é lindo!”, foram as frases que mais ouvi durante todo o dia.

Se fico bem de vermelho, se é uma cor de energia, força e realização; se no Sagrado Feminino é uma cor que temos que resgatar seriamente em nosso corpo (a consciência do poder da menstruação), Se.... se..... se....,
Por que continuou tão resistente em me vestir de vermelho?

Hoje respondo com uma convicção compreensível: quando vestimos vermelho simplesmente aparecemos. Não há como se esconder, se fazer de mulher recatada num vestido rubro, num batom cor de sangue, numa blusa morango que desnuda o colo.
Fato!!! Tenho que trabalhar isso em mim.

Consultei o dicionário e adorei a primeira descrição que o Houaiss deu ao verbete:

1     que tem a cor do sangue; encarnado

Não digo que a partir de agora eu mude o meu “look” preferido – preto, azul, branco - , mas que irei sim deixar algumas peças vermelhas em meu guarda-roupa para o momento em que for preciso (en)carnar-me.

Aqui trouxe algumas Obras de Artes para nos inspirar:


 Pintura “Mulher em chapéu vermelho”
Francine Vaysse


“Vermelho Nua”
Laurence Taxit 





            Auto-retrato de Tarsila Amaral






Mulher de Vermelho.
Fotografada por Thiago La Torre 




Bjo de batom vermelho


Espaço de Sonhos


Biblioteca é a minha paixão. Digo paixão, porque não é algo suave, equilibrado.

Quando estou em algum lugar que preciso esperar por alguém (e eu não gosto de esperar), nada melhor do que um universo de palavras e brochuras. Então dou preferência para marcar com alguém perto de algum “espaço de sonhos”. E ali eu me resvalo pelos corredores, pelas cores velhas e vivas dos livros. Puxo vários e os levo para a mesa. Iria mentir se fizesse a imagem de uma leitora equilibrada que abre o livro calmamente e se deleita. 
Não, eu não sou assim. Eu abro um, dois, cinco. Começo a ler o prefácio e logo disparo para o “conteúdo”. Sim, eu quero devorar as letras os mais rápido que puder, tenho pouco tempo na terra. "Sou lenta demais", me descrevo.

A maestria com que o filme “Cidade dos Anjos” abordou o espaço de uma Biblioteca foi primoroso. Seres celestiais, vestidos de preto, que habitam estes lugares encantados, e que a cada pôr-do-sol se doam ao som do universo e da beleza da vida que morre e renasce.
Mas para onde mais iriam esses seres, quando o tempo para eles é eterno?
Se lhes resta somente esperar longa e pacientemente pelo despertar da nossa (in)consciência...

Quando pensei em contratar um ensaio fotográfico (eu com o meu livro), pensei onde e com quem eu poderia fazê-lo.
A ideia me surgiu amorosamente:
Onde: Biblioteca Prof. Osni Régis.
Quem: Babi Balbis e Lia Matias, proprietárias da  F/4fotografias esoluções integradas.
  
Entre 1500 exemplares do acervo, eu me senti em casa.  Aqui Mostro um pedacinho do resultado!
Mas antes agradecendo: 
À Maria, cuidadora da biblioteca e dos anjos que lá existem, por permitir que fizéssemos o ensaio.
À Izabel Régis, filha do Prof. Osni Régis, a herdeira do espaço dos sonhos, gratidão por manter e compartilhar com todos a aspiração de seu pai.
Às minhas fotógrafas sensacionais, Babi Balbis e Lia Matias.




                                         O espaço




                            Izabel Régis e eu                             Eu e Maria



beijos mil !





"Bruma no mar", um presente de Portugal


Poucas pessoas sabem a história da obra que ilustra a capa do meu livro.
Então, aqui está mais uma das conexões e encantos do Brumas.

Com apenas um mês para a enviar o livro para a gráfica, eu simplesmente havia detestado as capas que a editora havia me enviado para eu escolher. Sabe o que é olhar e não se identificar com nada, e o que é pior, não identificar a sua obra às imagens.

Era domingo, dia chuvoso, eu nervosa. Segunda seria o prazo para eu decidir entre as "possíveis" opções da capa. Não havia mais tempo. Respirei fundo e pedi aos anjos, a Grande Mãe que me desse uma luz. Digitei a palavra “brumas” no Google. Minha cabeça ardia em chamas, e algumas lágrimas evitei cair.

Imagens de névoa passeavam a minha frente, quando por um momento eu deparei com uma obra. Petrifiquei... e cliquei na imagem. Um blog surgiu falando algo sobre uma exposição de arte das obras de Luis Nogueira, de Lisboa, Portugal. 
O título do quadro era “Bruma no mar”. Enviei um email imediato, perguntando sobre a possibilidade de eu utilizar a obra para ornamentar a capa do meu livro. Pensei, “esse português vai me chamar de louca”.
Mas para minha surpresa e alegria, ele, o artista plástico Luis Nogueira, me respondeu quase que instantaneamente comentando que se sentia lisonjeado com a proposta. Meu coração disparou. Dei um grito de felicidade. 

Foram três dias de tensão e êxtase! Sem nos falarmos por telefone, Luis Nogueira confiou totalmente em minhas palavras “digitais” quando afirmei que não iria modificar em nada a sua obra. No início, ele desconfiou e até relutou dizendo que havia se arrependido. Mas ele sabia que do modo como aconteceu, não fora coincidência. Minha obra “Brumas da Ilha” havia encontrada no outro lado do oceano sua irmã gêmea, “Bruma no mar”; e ainda mais sendo de Portugal.
Quando eu lhe enviei a arte final por email, Luis não se conteve e rompeu em elogios mostrando-se  um amigo ainda mais amoroso. Mais tarde, eu lhe enviei apenas dois exemplares do livro. Digo apenas porque Luis merece muito mais.

Grata, Luis Nogueira, meu eterno amigo, por esse presente genuíno e fascinante. Sua obra faz parte do meu livro, sempre fará. Eternamente...

                                Galeria de Artes, Lisboa, Portugal (2011)

beijos em brumas