(...) e
já sinto as folhas caindo entre os mundos
Nem
tudo pode ser dito quando envolve pessoas
Sempre
estamos envolvidos com pessoas
E
quando diremos!?
Um
dia li um espírito, “Nunca uses teu verbo para o serviço de que não edifica”
Então,
falemos de dor, de alma, de folhas, de lobos e lobas
De
coração doído, de dentes afiados
Mas
não falemos da dor da dor, da exposição da alma, da geometria das folhas, do
uivar do vento, do Amor que tudo (ine)existe.
Disso não falemos.
Isso
deixemos que as folhas do outono levem, num voar alentado sem olhar para trás
(...)
e
já sinto as entranhas da Terra a recolher seu Útero Divino
e
o silêncio se faz necessário a tanta
morte
vou
morrer primavera e renascer outono
se
é possível ser diferente
outros tons outono
o
inverno a velar-me
entre
arcanjos, me sôo diferente
a
meio deles, é mais fácil sorver perdão
“aprendam de
mim”, segredam as Árvores
(...)
no final, tudo são esc(f)olhas que brotam e caiem, necessárias, nos
ramos internos da Alma
Nada
será como antes / nem ficará como está
a vida muda a cada instante/ sem perceber, sem avisar
Voa, minha alma,voa
vê se acalma meu coração / Voa...
a vida muda a cada instante/ sem perceber, sem avisar
Voa, minha alma,voa
vê se acalma meu coração / Voa...
“Folha ao
vento”, music by M.O