Hoje eu acordei me sentindo extremamente
cansada. Aquele dia em que a gente acorda sem desejar acordar... (risos).
Ok... agradeci a noite de sono, minha casa,
meu corpo saudável, como sempre faço todos os dias; mas em especial, hoje, eu
queria era ficar “enfornada” no meu canto.
Lua Nova, menstruada...nada mais normal do
que se encapsular nesse período.
Só que eu já havia prometido a uma amiga
(diretora) fazer uma apresentação na Escola Municipal do bairro onde moro
neste exato dia, no período da tarde.
Estou habituada a palestras, apresentações, explanações, círculo de conversas. Mas essa seria a primeira vez que eu faria uma apresentação, sobre o meu
livro, a um grupo de jovens entre 12 a 15 anos. A intenção não era
de vender nenhum exemplar, muito pelo contrário, era de doar.
Estar em ambiente escolar (leia educacional)
sempre foi para mim um “habitat”. Lembro-me da primeira vez que lecionei (o
estágio obrigatório de quem faz licenciatura), ... e me senti “em casa”.
Sempre gostei de ir para escola, fosse para
estudar, matar aula, brincar,
paquerar.
Aquela selva azul (a cor do uniforme) era
onde eu me sentia no mundo, porque
ali eu tinha acesso aos livros (muito caros naquela época), tinha acesso, ao
que eu acreditava (e ainda acredito), a um mundo de múltiplas escolhas e possibilidades,
e principalmente, um mundo em que eu atravessava o mar do outro.
Uma chuva fina e fria caía enquanto eu
fechava o portão de casa rumo à Escola.
Pensei alto, “Entusiasmo, Bianca, vamos lá!”.
Minha consolação e motivação eram pensar nos jovens que me esperavam.
Cheguei um pouco antes do recreio, fui à
sala dos professores e fiquei ouvindo a conversa costumeira da classe docente.
A diretora entrou, tomou seu café e sorriu
para mim. Cheguei até ela e disse “olha, se não der hoje, marcamos pra outra
semana”, ela imediatamente respondeu que tudo estava pronto e que em alguns
minutos eu iria começar.
“Ok”, pensei comigo.
Quando entrei na sala e vi aqueles olhinhos
todos em minha direção, os mesmos olhos que eu via em mim no meu tempo de
escola, aquele olhar de quero mais, quero
tudo, foi o suficiente para todo o cansaço ir embora.
Não havia feito nenhuma programação, talvez
por isso tudo fluiu como a Água que permeia este Município que escolhi para
viver.
E eles riam da palestra e de alguma falha
minha (somos cruéis nesse período). (risos).
Explanei de forma gentil sobre paganismo, o
que os pagãos cultuavam, sobre a Grande Mãe e seus aspectos em outras culturas, sobre o porquê de Maria ser inserida
depois de 100 anos de igreja católica, e tantos outros temas pensantes.
E não fiquei nada surpresa quando a maioria havia compreendido tudo que falei.
Sim, porque elas já sabem, sempre
souberam... é questão de saber despertar esse conhecimento neles.
Sei que não é fácil para alguns professores se depararem
com uma geração inteira de crianças e jovens índigos e cristais. Crianças que possuem
uma frequência vibracional mais elevada.
Enquanto nós adultos estamos lá, em êxtase
com cinemas e televisores 3D, eles já começaram a perceber o mundo através da 5a
dimensão.
Não que eles estejam a nossa frente, só estão
vibrando e vendo de outra forma.
O que devemos fazer?
Bem, os educadores Vygotsky, Lacan, Paulo
Freire, Rubens Alves, Lydia Hortélio, Roberto Gambini, Luciana Ostetto entre tantos outros com
certeza já sabiam disso, só usaram outros termos para explicar.
Está mais do que na hora de mudarmos nosso
modo de ver os jovens. Temos que aprender a amá-los antes de tudo.
Nessa Escola, intitulada de Escola do
interior, eu vi tudo isso. Vi amor, vibração, tanto dos professores quanto dos
alunos.
Gosto de trazer uma frase que ouvi numa
palestra do Educador Bernard Charlot (UFSC, 2011):
“A sociedade gosta da juventude, mas não gosta
dos jovens”.
É hora de mudar isso.
Chegou o momento de mudarmos nossa
vibração.
Ah! Nem precisa dizer que saí de lá
totalmente revigorada de Energia Pura, Cósmica, Universal.
Beijos com o coração pleno,
PS. Assim que chegarem as fotos da palestra,
eu posto aqui e no facebook.