borboletar


Nesses dias, conversando com uma grande irmã de caminhada, que comentava sobre a complexidade de sentimentos que o livro “Comer, Rezar e Amar” traz em suas linhas, tive um insightEu a ouvi atenta, confesso que não tive a oportunidade de ler a obra, e isso me fez querer.

Terminamos o papo, e fui recolher a roupa do varal com a conversa na cabeça.
Vi uma lagarta comendo ferozmente minha couve. Simplesmente ali consegui visualizar com toda a claridade possível: ela vai COMER, depois vai REZAR, e depois vai AMAR.
Que analogia forte com o ser humano. Como a natureza nos dá lição de vida o tempo todo.

Pensei comigo: “será que Elizabeth Gilbert (a autora do livro) viu isso antes de escrever?”

                            
                     COMER          REZAR           AMAR         =         BORBOLETAR





















Brincadeiras a parte (e é muito bom brincar), ainda não li o livro “Comer, rezar e amar”, mas pensei em fazer uma intertextualidade sobre o título, pois eu vi nele o que todos nós procuramos.

Precisamos no interiorizar, mas o que mais fazemos é sair em um incessante busca externa.
Profetas, filósofos, seres iluminados tentam nos dizer isso a milênios, mas poucos os escutam.

Por que achamos, e às vezes parece que temos certeza, que nosso alimento está lá fora?
Ou ainda mais, que estamos lá fora, no lado externo e que precisamos nos buscar.

Tudo parece mais fácil quando essa busca é externa: vou viajar para me encontrar, vou fazer um retiro para meditar, vou fazer workshop para me entender, vou cair na farra para me esquecer.

Acredito ser de grande valia cada busca que fazemos externamente, sejam em seminários, vivências, viagem, retiros, pois o sistema social em que vivemos não é fácil. E se faz necessário essa pausa deste mundo irreal e de ilusões.

Mas é preciso saber que este é o momento do “comer”  (informações e conhecimentos) para então levarmos para o momento do  “casulo” e metamorfosear toda a aprendizagem em sabedoria.

E onde fica este “casulo”?
É aí é que está!
É a nossa alma. É dentro de nós que está o sagrado, a sabedoria. O que está fora é o que está dentro. "O que está em cima é o que está embaixo" (Caibalion).

Quando nos damos contas dessa interconexão, não precisamos sair para buscar nada. Então a viagem, o retiro, o workshop, o seminário, a farra transmutam em vivências para compartilharmos nossa sabedoria interna (perdoem minha redundância extrema), para compartilharmos o amor, a compaixão, a compreensão pelo caminho de cada um.

Não sei se consegui me fazer entender...
Mas caso tenha ficado um texto obscuro..., é só olhar a natureza.
Parece piegas? Simplório?
Pode ser que sim, mas eu acredito que é na simplicidade que vivemos melhor. 


Beijos borboleteiros, 

ps.: para aqueles que não gostaram de “cair na farra” está entre as vivências para adquirirmos conhecimento, vou pincelar Clarice “Perder-se também é um caminho”.