Vivemos
num mundo de aparências. Certo!
Isso
todo mundo sabe.
Só
quero que antes de você ler este texto, olhem esta foto.
Não
subestime a simplicidade dela, olhe com tempo, com calma, observe-a, veja os
contornos, a luz, as cores.
O
que você vê nela?
Que
sentimento ela brota em você?
O
faz essa foto ser tão especial?
Primeiramente,
peço desculpas ao autor da foto pela não referência ao seu nome. Eu a recebi
numa das postagens no facebook, e não havia autoria do fotógrafo.
O
que vi foi um intenso e profundo meio de mostrar a nossa passagem neste mundo
com apenas uma imagem simples.
Não
só a efemeridade da vida que está extraordinariamente expressada na imagem, mas
sim porque muitos de nós (e me incluo nisso) queremos parar nas folhas verdes
como se o “verde- juventude” fosse o único momento de felicidade da nossa
existência.
Sim,
e quem vai mentir e desdizer que ser jovem é uma maravilha. É uma das fases
mais lindas da nossa vida, porque é nela que estamos numa verdadeira “erupção
vulcânica”.
Somos
fogo, ar, terra e água numa intensa ebulição. Tudo podemos, porque temos tempo,
porque somos jovens.
Mas
a sabedoria que tanto procuramos está exatamente nesta foto.
A
aceitação de que vida passa, que o fogo se torna brasa até virar carvão. Que a
água se evapora, que a terra não mais produzirá, que o vento se cessará e que,
apesar de tudo isso, há beleza nesse caminhar da vida-morte-vida.
Mas
é difícil, é difícil ...
mas não impossível.
Clarissa
Pinkola Estes já nos diz no seu livro “Ciranda das Mulheres Sábias”,
“Ser jovem enquanto velha, velha enquanto jovem”.
E
é isso! Esse é o segredo.
Não
o segredo da juventude, mas sim da vida, da sabedoria que corremos atrás. É
essa mixagem, essa oscilação entre juventude e velhice, inocência e esperteza, luz
e sombra, do sorriso e da carranca... da vida e da morte que trazemos dentro de
nós, o tempo todo.
E
que venha a vida
E
que se aceite a morte
E
que venha a vida
E
que se aceite a morte
E
que venha a vida...