Lendo uma entrevista da
escritora americana Camille Paglia, da qual falava sobre o fanatismo do movimento
feminista, me deparei com algo muito familiar. Camille fala que realmente
sofremos não só com violência, a desigualdade de gênero, etc e tal, mas sim com
algo muito mais profundo.
Sempre estamos tentando
culpar o homem de tudo, mas esses mesmos homens são vítimas também de um sistema
maior do que eles próprios: o sistema patriarcal.
Energia Yang (masculina)
excessiva no qual o planeta e o sistema que nele opera (criado pelos homens)
não suportam mais.
A escritora menciona algo
muito relevante e que vemos muito em Grupos de Mulheres que estudam e acolhem a
ancestralidade dos Círculos Femininos.
“As mulheres estão
isoladas! Antigamente, havia uma divisão por gênero. Elas passavam o dia
juntas, conversando, cuidando das crianças, dos idosos, lavando roupa,
cozinhando. E as mais velhas controlavam tudo: aconselhavam as grávidas, faziam
o parto, detinham o poder. Hoje, quanto mais idosa a mulher, menos poder ela
tem.” , aborda a escritora Camille.
Não estou aqui com o
intuito de retroceder o processo das mulheres (que, a meu ver, às vezes é extremamente
penoso), mas sim que o afastamento do núcleo familiar induz para nos tornamos
mulheres solitárias, estafadas e infelizes.
“A infelicidade feminina
não é culpa do homem, ela vem do que elas perderam: a solidariedade entre suas
iguais e a capacidade de trabalhar e educar os filhos ao mesmo tempo.”, elucida
Camille.
Não que a mulher não deva
seguir seu caminho, casar, ter filhos, dar atenção ao relacionamento com o seu
par. Mas se afastar do núcleo feminino a faz se afastar da sua própria
essência, da sua alma, das suas ancestrais.
No evento “A Voz das Avós”
(2011) que reuniu 13 Avós de vários lugares do mundo, recordo-me como se fosse
hoje, a Avó africana Bernadette Rebienot
a dizer “Ninguém conhece a si mesma se não conhece a história das suas
ancestrais”.
Hoje eu estou a ver muitas
mulheres (e eu sou uma delas) se voltando para suas raízes, suas mães, suas
avós, sua história. Porque só assim vamos compreender o verdadeiro sentido da
vida.
Há muito o que curar entre
nós, mulheres, e homens. Mas para isso,
temos que nos voltar para nos mesmas antes de qualquer caminhar mais distante...
(se alguém souber da(o) autor(a) da obra, por favor me repasse)
Beijos em união feminina,