Um
amigo propõe , “dá uma olhada no meu vídeo”.
Aguardo-me.
Entre outros dias fui ver.
Olhei,
desolhei. Não sou muito boa de visão.
Entre
o mar e Glória, existe um cesto.
Pessoas que perpassam curiosos olhares.
Perco-me
na tentativa de ampliar.
Dele derrama objetividade, clareza,
contemplação em quatro pontos. Definido e constante.
O
que hei de fazer se escrevo ondulante, a dançar letras envergadas a saber sentir mais que olhar?
E
quando as mulheres passam sob o olhar desnudo dos homens, deságua-me um
sorriso.
Retomo.
Ao
tentar expressar-me, identifico-me Glória.
Calma,
guiada, provedora, cocriadora do que
há no cesto. Algo feminino no tanto de masculino.
E
o cesto vai guardando olhares...
Braços
morenos seguram com força em Glória. Deslizam-na pela areia firme... límpida.
Em
outro momento, a rede deleita-se na areia, tecida pelas mãos de Sol que o Mar
salga ao morrer do dia.
Se
finda assim, sem (pre)tensão.
Há
dias que nos prolongamos no olhar...
Têm
instantes que tecemos no sentir.
Bianca Furtado